COMPAIXÃO E FELICIDADE

A Compaixão é uma palavra com origem do latim e pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser vivo, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. Compaixão é o senso de preocupação, mas mais do que isso, é a noção clara de que todos os seres têm exatamente o mesmo direito à felicidade. O senso de compaixão verdadeiro é o que nos leva a ver o outro como tendo exatamente o mesmo direito que nós à felicidade. A maçonaria tem a missão maior de tornar a humanidade mais feliz. Neste sentido, nós maçons devemos estar atentos para os males da sociedade. Não podemos fechar os olhos para o sofrimento do próximo, pois o nosso compromisso é justamente buscar a felicidade da humanidade. 

 

Sentimos compaixão quando vemos alguém sofrendo uma injustiça. Ou quando assistimos pessoas ou outros seres vivos passando fome e outras necessidades, não por opção, mas pela falta de opção, pela injustiça socioeconômica.

 

Nos nossos rituais está escrito que devemos construir templos às virtudes e cavar masmorras aos vícios. Assim buscamos trabalhar de forma Justa e Perfeita. E a compaixão nada mais é do que um sentimento de quem não se conforma com a infelicidade alheia, pois temos o compromisso com o que é justo. 

 

Ao exercermos a compaixão ajudamos o próximo e ao mesmo tempo nos beneficiamos, pois, a compaixão nos traz força interior. Geralmente, nós seres humanos somos guiados por um senso egoísta. E nossa mente centra quase tudo em nós mesmos. Então, todas as experiências negativas que passamos pela vida, mesmo as pequenas, se tornam muito dolorosas e temos a tendência ainda de aumenta-las. Mas quando pensamos nos outros, nossa mente se amplia, e os nossos pequenos problemas se tornam realmente pequenos, e as coisas negativas não prejudicam mais nossa mente. 

 

       A prática da compaixão também é imensamente benéfica para a nossa saúde. De acordo com estudos na área da medicina, os que tem mais compaixão, são mais interessados pelos outros e geralmente são mais saudáveis quando comparados com pessoas consideradas egoístas. Os egoístas sofrem mais frequentemente de enfartes e de outras doenças. A mente mais compassiva, mais voltada para o próximo traz mais tranquilidade, resultando com isso em saúde melhor.

 

Talvez para nos motivar a praticar a compaixão devemos pensar sobre o que o ódio e a raiva traz para nossas vidas, para nossa saúde e para as pessoas que estão à nossa volta.  Desta forma, quando estamos oferecendo nossa compaixão através da ajuda a alguém que está sofrendo, estamos também, realizando um bem para nós mesmos e diretamente para os mais próximos de nós. Enfim, a Compaixão deveria ser um sentimento próprio do Maçom, que faz parte do seu ser enquanto houver injustiças no mundo. E esta busca pela Justiça deve ser um trabalho constante de autodesenvolvimento. E esse aperfeiçoamento pessoal, está construção incessante do nosso templo interior não tem valor se não for voltado ao bem do próximo e da humanidade. 

 

Assim, a compaixão é parte fundamental no nosso processo de evolução maçônica e como maçons não podemos ser negligentes diante das injustiças. Devemos sentir como se fosse em nós mesmos. Nós maçons, como temos o dever de sermos construtores sociais devemos além de sentir a compaixão, usa-la como motivadora para agirmos a partir dela.   O Monge budista Dalai Lama sugere que a compaixão pode ser desenvolvida através do treinamento da mente, mas que isto não pode ser imposto a ninguém. É preciso que nós mesmos vejamos e sentimos os benefícios desta prática. Para reflexão deixo uma frase do Dalai Lama:  "A compaixão tem pouco valor se permanece uma ideia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensamentos e ações."

 

 

Tese apresentada por um Mestre Maçom do quadro de nossa Instituição.